quinta-feira, 1 de julho de 2010

Cousas da Vida (via jumento)

«Há dias, um ministro de Sarkozy foi obrigado a devolver os 12 mil euros com que fora reembolsado pelo Estado por charutos que fumou nos últimos dez meses. Escândalos destes não matam um Governo mas moem sempre. E em épocas de crise quando a ordem para baixo é cortar (dizem os governos europeus, a União Europeia e, agora, até o G20) o desgoverno dos dinheiros públicos desarma a vontade dos povos. Sarkozy não é exactamente um doutrinário (em época de vacas gordas, embora continuasse a ser um abuso, ele fecharia os olhos aos charutos) mas uma qualidade há que reconhecer-lhe: é um líder a quem não é indiferente a opinião pública. Chamem-lhe demagogo, riam-se da pouca relevância das medidas, mas ontem o que ele disse é político: "Um euro público deve ser um euro útil." É frase soprada por publicitário, mas ela enquadrou um conjunto de medidas práticas: a recepção anual do 14 de Julho anulada este ano (poupança de 750 mil euros), gabinetes ministeriais encurtados, dez mil automóveis estatais suprimidos até 2013, menos viagens e mais baratas... Só um ingénuo ignora que o apetite voltará quando puder. Mas só quem se está nas tintas para a opinião pública não aceita que os de baixo precisam de guardar uma ilusão: que, pelo menos, os de cima fazem de conta. Mas não o fazem todos os políticos? Não, havia um que fumava charutos à pala. »
in DN

1 comentário:

Anónimo disse...

Cousas da vida? Ai compadre, temos que criar uma cousa destas também!